quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Informe I

O primeiro capítulo de minha tese investiga o conceito de pulsão em Freud, transcorrendo os textos: Projeto para uma psicologia científica (1895); Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905); Pulsões e Destinos das Pulsões (1915) e Mais Além do Primncípio do Prazer (1920). No primeiro texto, Freud toma o conceito de Pulsão da física e engenharia "Trieb" para aclarar que a energia vem algum lugar, isto é a pulsão é uma força motriz que impulsiona o sujeito a realizar algo e tal energia provém de uma trieb. Desta forma, tão cedo Freud já descobre que todo organismo tende a descarregar o mais rapidamente possível todo o excesso de excitação, isto é, reduzir a zero toda energia, o que é impossível, pois seria a morte. Essa tendêndia é chamada por ele de princípio de inercia. Mas em algumas vezes o sujeito precisa aprender a esperar, por que sua realidade não permite que se descarregue tão rapidamente tal excitação, o que ele chama de princípio de constancia. Por exemplo, um bebê que sente fome, há uma necessidade interna (endógena) de algo que sente, não adianta chorar para matar a fome, é preciso uma ação específica, um alimento que sacie, então neste intervalo em que chora e o Outro venha a lhe trazer alimento, teve que esperar, tolerar a excitação, o que é  força a barra, pois a tendëncia original é que o organismo descarregue a tensão a zero. Nos três ensaios Freud fala sobre de uma  energia que surge nas zonas erógenas e que tem duas classes: as pulsões de autoconservação e as pulsões sexuais, que mais uma vez fracassam em ser descarregadas totalmente, pois, só podem ser satisfeitas parcialmente, pelo prazer de comer por exemplo que tem haver com a necessidade de nutrição (auto-conservação) e também com o prazer na boca, (zona-erógena). No texto Pulsões e destinos das pulsões Freud relata que a pulsão é um conceito fronteira entre o somatico e o psíquico, isto é, surge no somático, corpo e atravessa o psíquico e coloca 4 destinos para as pulsões: a transformação em seu contrário, o redirecionamento contra própria pessoa, a repressão, a sublimação e mais adiante acrescenta a angústia. Em Mais além do Princípio do Prazer Freud aborda sobre a compulsão a repetição que é um rasgo da pulsão de morte, pois já que desde o início o sujeito tenta satisfazer a pulsão e não consegue essa tende a voltar, sempre, repetir e repetir o que é uma questão de morte já que a tendência desta é satisfação plena, a morte.
Adiante meu tema pretende investigar a afirmativa de Lacan, que toda pulsão é de morte e plantear esta discussão a partir da clínica psicanalítica. Ora se a cada paciente há um circuito pulsional estabelecido, que se repete, a partir da transferência, o analista deve então saber qual a gramática pulsional, isto é a palavra e a entonação certa para cortá-lo, freá-lo nesta pulsão, que toca o real e o corpo. ??