sábado, 6 de agosto de 2011

A EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS



O presente artigo pretende traçar através da evolução da história da criança, os principais questionamentos sobre a educação, já que com a diminuição da autoridade dos pais no seio da família, sucedidos no período pós-guerra,  pais, pedagogos e professores adquiriram dúvidas, inseguranças e culpas ocasionadas por informações instituídas.
Na obra freudiana a Educação é citada em vários períodos, dentre eles destaca-se  “Análise terminável e interminável”(1937) no qual a Educação está entre as três profissões impossíveis, já que  só há como educar/formar parcialmente, haja vista que o sujeito é dividido pelo inconsciente.
A questão da educação à luz das afirmações de Jacques Lacan está vinculada à estrutura e ao registro do Real, o que não pode ser apreendido, e não se confunde com o simbolizado ou imaginado que a linguagem e a fala apresentam. Lacan alega que para captar o real é preciso se abrir para uma outra escuta, de coisas, pessoas e processos.e que no entanto, mesmo assim, o Real escapa, e que aqui está o impossível de educar que Freud apontava, pois o ensino está além dos processos estruturados e normalizados.    
Entende-se com esse estudo que é a  partir da família que a ordem pode ser instaurada entre pai, mãe e criança, e nessa ordenação é que a criança pode construir uma história.
Através da teoria psicanalítica compreende-se que os pais realmente têm responsabilidades na vida dos filhos, mas que há algo nos homens que age além do ‘si mesmo’, e isso é efeito do inconsciente.  Baseando -se no pressuposto freudiano e lacaniano de que o inconsciente é um saber que não se sabe e considerando que a Educação tem parte de seu acesso inconsciente.
Freud considera a educação como uma das profissões impossíveis, ao lado do governo e da análise; já Lacan fala de modalidades de estabelecer laços sociais, são elas: o discurso do mestre: - governar; discurso do analista:- análise; o discurso da histérica; desejar e o discurso da universidade: - educar, como nos mostra Antonio Quinet, em um artigo ao Jornal do Brasil em 31 de Março de 2001.
Com as descobertas freudianas, como o inconsciente e a hermenêutica psicanalítica, constatou-se que as promessas da cultura não coadunam com saber que é inconsciente, elas podem ser referenciais de crítica do conhecimento e da Educação, haja vista que o saber não é absoluto, mas irredutível. A escola surgiu como resposta do Estado, da família, da propriedade privada e da divisão social do trabalho, assim sendo, o mal estar na educação é decorrente do mal-estar na civilização.
Portanto, o que se pode concluir é que desde Freud, a Educação é tida como Impossível, já que parte de seu acesso é inconsciente, e ainda que a Educação parte de um Ideal Pessoal no qual o Outro não pode alcançar totalmente, haja vista que a criança é sujeito de suas próprias escolhas e é sua própria história de vida que vida que vai determinar como ela vai lidar com a Educação transmitida, já que educamos por aquilo que somos e não pelo que idealizamos.

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